Quem é Naira?
Lá 2011, comecei a fotografar casamentos com meu pai e, no primeiro casamento, descobri que nunca mais conseguiria fazer outra coisa da vida.
Sou apaixonada desde criança pela arte de observar seres humanos e seus comportamentos. Na fotografia, encontrei a forma perfeita de colocar essa paixão no papel, literalmente.
Sempre me recusei a me definir como uma "contadora de histórias de amor", como a maioria dos fotógrafos. Acho clichê, simplista e até um pouco cafona. Mas não deixa de ser verdade.
A diferença é que eu não escrevo ficção.
Já escutou o termo "fotojornalismo"? É um outro nome para a fotografia documental e é isso que eu faço. Escrevo em imagens a verdade sobre vocês e seu casamento. E meu estilo de escrita leva em si o romancismo intenso e exagerado de Shakespeare e um tanto do realismo dionisíaco e loucura passional de Bukowski.
Eu não romantizo o amor. Oi? É. É isso mesmo que você leu.
Não enxergo o amor como um conto de fadas da Disney, como a maioria tenta pintar na fotografia de casamento.
Eu enxergo o amor como algo real, natural, visceral. Quase agressivo, ainda que tranquilo e leve. Puro desequilíbrio. Ao mesmo tempo, equilíbrio.
Acho muito fácil criar cenas de amor irreais. Mas e o amor nos pequenos gestos, na rotina, no comum? Sabe? Transformar o ordinário em extraordinário é minha verdadeira missão como profissional. Por esse motivo eu fui escolhida pela fotografia documental. Sim, escolhida. Eu nunca enxerguei de outra forma, veio a mim tão visceral e naturalmente, que não pude fugir. Tipo amor.